sexta-feira, 9 de novembro de 2007

ciclo da cana-de-açúcar (resumo)

O Ciclo da cana-de-açúcar


O primeiro grande ciclo econômico importante do Brasil.
Situação na Europa: Capitalismo Mercantil, burguesia enriquecendo com a espoliação das Colônias (como o Brasil) e o comércio; expansão do capitalismo via grandes navegações, com a incorporarão de novos mercados e fonte de matéria-prima e riquezas.

O açúcar era uma mercadoria de grande valor na Europa e Portugal, vendo aí uma oportunidade de bons lucros, dividiu a colônia em Capitanias para que fossem exploradas. Implantou-se nas Capitanias, principalmente no nordeste, o cultivo da cana-de-açúcar e os engenhos, movidos a mão-de-obra escrava.

Apesar da maioria das capitanias não ter progredido, o cultivo da cana-de-açúcar foi intenso, principalmente em Pernambuco.
A atividade açucareira ocupou todo o litoral úmido do nordeste e parte de São Vicente, proporcionando lucros fabulosos para Portugal e também para os banqueiros europeus, que investiam nessa “commodity”.



Apesar dos lucros de Portugal, a Holanda também enriqueceu com o açúcar brasileiro: os navios holandeses transportavam o açúcar, que era refinado e comercializado pela Holanda para o resto da Europa. Quando viu que não bastava dominar o comércio, mas também a fonte, a Cia das Índias Ocidentais, junto com o governo da Holanda, invadiu parte do Nordeste, passando a controlar diretamente a produção até serem expulsos cerca de trinta anos depois (1654).

A atividade açucareira também foi responsável pela expansão das fazendas de gado pelo sertão do nordeste. Estas surgiram em função do abastecimento de carne para os engenhos e cidades do litoral.
A decadência veio quando a Holanda passou a cultivar a cana-de-açúcar nas suas colônias nas Antilhas (Barbados), aumentando a oferta do produto e provocando a queda dos preços no mercado mundial. Além disso, as terras férteis em pouco tempo foram esgotadas e a produção do açúcar entrou em decadência.
engenho em Pernambuco séc.XVII (desenho de Frans Post)




"O açúcar arrasou o Nordeste. A faixa úmida do litoral, bem regada por chuvas, tinha um solo de grande fertilidade, muito rico em húmus e sais minerais, coberto por matas tropicais da Bahia até o Ceará. Esta região de matas tropicais converteu-se, como diz Josué de Castro, em região de savanas. Naturalmente nascida para produzir alimentos, passou a ser uma região de fome. Onde tudo germinava com exuberante vigor, o latifúndio açucareiro, destrutivo e avassalador, deixou rochas estéreis, solos lavados, terras erodidas. Fizeram se, a princípio, plantações de laranjas e mangas, que foram abandonadas e se reduziram a pequenas hortas que rodeavam a casa do dono do engenho, exclusivamente reservadas para a família do plantador branco. Os incêndios que abriram terras aos canaviais devastaram a floresta e com ela a fauna; desapareceram os cervos, os javalis, as topeiras, os coelhos, as pacas e os tatús. O tapete vegetal, a flora e a fauna foram sacrificadas, nos altares da monocultura, à cana-de-açúcar. A produção extensiva esgotou rapidamente os solos." (Eduardo Galeano - O Assassinato da Terra no Nordeste do Brasil).


















abaixo Mapa de Pernambuco em 1640, acima Maurício de Nassau, governador do Brasil Holandês.

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