sábado, 10 de novembro de 2007

texto de apoio ÁGUA 1

Geografia

A crise da Água
(texto de apoio retirado da revista Ciência Hoje das Crianças n.183)

Por que a água doce está ameaçada? Entenda a importância de se usar com consciência um de nossos recursos mais preciosos Depois de brincar muito debaixo de um sol escaldante, você entra em casa, corre para o chuveiro, abre a torneira e... Nem uma gota d’água. Aí, você pensa: – Daqui a pouco ela volta –, decide dar uma olhada na geladeira e... Nada de água para beber.
Então, sua mãe aparece e diz que, infelizmente, não pôde fazer o almoço porque não tem água para cozinhar. – Céus! – você grita. – É um complô contra mim? São situações como essas que nos mostram o quanto a água doce é preciosa. Vivemos num planeta cuja área ocupada pela água é cerca de três vezes maior do que a ocupada pela terra firme. Imagine que toda essa água pudesse ser dividida em 100 piscinas. Tome nota: 97 seriam cheias com água salgada e apenas três, com água doce. Duas dessas piscinas e mais um terço da terceira são formadas pelo gelo acumulado nos pólos e no alto das montanhas.
Logo, apenas dois terços do que falta para encher a terceira piscina são de água doce líquida. Essa comparação dá uma idéia de como a quantidade de água doce disponível para o nosso uso é pequena diante de toda a água existente na Terra. Agora, vamos pensar em números: alguns cientistas estimaram que há água doce suficiente para que cada pessoa tenha direito a 8.300.000 litros por ano. Mas eles acreditam que sejam gastos apenas 3.000.000 por pessoa. Então, você deve estar pensando: se cada pessoa gasta cerca de um terço da água doce a que teria direito, não há razões para preocupação. Engano seu, porque a água doce não está distribuída igualmente sobre a Terra.

poluição no rio Tietê, na Região Metropolitana de São Paulo SP


A Europa e a Ásia, que concentram cerca de um terço da população mundial, dispõem de apenas um quarto de água doce. Na África, onde fica metade da água doce do mundo, mora apenas a décima parte da população do planeta. Na região amazônica, está um quinto da água doce e um centésimo da população mundial. No nordeste brasileiro, onde vive quase um quarto dos habitantes do país, não há água doce em quantidade suficiente. Viu só que desequilíbrio? As principais fontes de água doce são os rios, lagos, lagoas e lençóis freáticos – a camada de água que fica sob o solo.
Aqui no Brasil, e em muitas outras partes do mundo, essas fontes, que já são mal distribuídas, sofrem ainda com a poluição e outros problemas. Fertilizantes empregados na agricultura, por exemplo, contaminam a água sob o solo; resíduos industriais e residenciais não tratados sujam os rios; o desmatamento das matas que beiram rios e lagos, assim como as ocupações irregulares dessas margens, afeta drasticamente a disponibilidade de água nesses ambientes porque, sem essa proteção natural, as chuvas carregam os sedimentos de fora para dentro desses rios e lagos, aterrando-os. E mais: muitos reservatórios de água doce, em especial as lagoas costeiras, podem, digamos, se tornar salgados.
rio Jordão - Um dos raros rios do Oriente Médio e fonte de discórdia entre Israel, Jordânia, Síria e Palestina, tem mais de 90% de suas águas desviadas para projetos de irrigação e abastecimento, além de receber o esgoto de israelenses, jordanianos e palestinos.


Isso porque, com o aumento da temperatura do planeta e o conseqüente derretimento das calotas polares, o nível do mar se torna maior, podendo invadir lagoas costeiras de água doce, salinizando suas águas e tornando-as impróprias para o uso humano.
Tal efeito já é notado na África. É preciso, então, muita consciência na hora de usar a água doce porque todas essas razões a colocam ameaçada, sim! Francisco de Assis Esteves Núcleo de Desenvolvimento Sócio-Ambiental de Macaé-NUPEM Universidade Federal do Rio de Janeiro Adriano Caliman Ferreira da Silva Programa de Pós-Graduação em Ecologia Universidade Federal do Rio de Janeiro.
O mar Aral - localizado entre o Uzbequistão e o Cazaquistão é o quarto maior mar interior da Terra, era alimentado pelos rios Amu Daria e Sir Daria, que foram desviados para irrigação na ex-URSS, etá secando, causando um imenso impacto ambiental na região, que possui escassos recursos hídricos.




Revista CHC n.183, setembro 2007
http://cienciahoje.uol.com.br/101762 acessado em 16/10/2007 as 16:00

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

ciclo da cana-de-açúcar (resumo)

O Ciclo da cana-de-açúcar


O primeiro grande ciclo econômico importante do Brasil.
Situação na Europa: Capitalismo Mercantil, burguesia enriquecendo com a espoliação das Colônias (como o Brasil) e o comércio; expansão do capitalismo via grandes navegações, com a incorporarão de novos mercados e fonte de matéria-prima e riquezas.

O açúcar era uma mercadoria de grande valor na Europa e Portugal, vendo aí uma oportunidade de bons lucros, dividiu a colônia em Capitanias para que fossem exploradas. Implantou-se nas Capitanias, principalmente no nordeste, o cultivo da cana-de-açúcar e os engenhos, movidos a mão-de-obra escrava.

Apesar da maioria das capitanias não ter progredido, o cultivo da cana-de-açúcar foi intenso, principalmente em Pernambuco.
A atividade açucareira ocupou todo o litoral úmido do nordeste e parte de São Vicente, proporcionando lucros fabulosos para Portugal e também para os banqueiros europeus, que investiam nessa “commodity”.



Apesar dos lucros de Portugal, a Holanda também enriqueceu com o açúcar brasileiro: os navios holandeses transportavam o açúcar, que era refinado e comercializado pela Holanda para o resto da Europa. Quando viu que não bastava dominar o comércio, mas também a fonte, a Cia das Índias Ocidentais, junto com o governo da Holanda, invadiu parte do Nordeste, passando a controlar diretamente a produção até serem expulsos cerca de trinta anos depois (1654).

A atividade açucareira também foi responsável pela expansão das fazendas de gado pelo sertão do nordeste. Estas surgiram em função do abastecimento de carne para os engenhos e cidades do litoral.
A decadência veio quando a Holanda passou a cultivar a cana-de-açúcar nas suas colônias nas Antilhas (Barbados), aumentando a oferta do produto e provocando a queda dos preços no mercado mundial. Além disso, as terras férteis em pouco tempo foram esgotadas e a produção do açúcar entrou em decadência.
engenho em Pernambuco séc.XVII (desenho de Frans Post)




"O açúcar arrasou o Nordeste. A faixa úmida do litoral, bem regada por chuvas, tinha um solo de grande fertilidade, muito rico em húmus e sais minerais, coberto por matas tropicais da Bahia até o Ceará. Esta região de matas tropicais converteu-se, como diz Josué de Castro, em região de savanas. Naturalmente nascida para produzir alimentos, passou a ser uma região de fome. Onde tudo germinava com exuberante vigor, o latifúndio açucareiro, destrutivo e avassalador, deixou rochas estéreis, solos lavados, terras erodidas. Fizeram se, a princípio, plantações de laranjas e mangas, que foram abandonadas e se reduziram a pequenas hortas que rodeavam a casa do dono do engenho, exclusivamente reservadas para a família do plantador branco. Os incêndios que abriram terras aos canaviais devastaram a floresta e com ela a fauna; desapareceram os cervos, os javalis, as topeiras, os coelhos, as pacas e os tatús. O tapete vegetal, a flora e a fauna foram sacrificadas, nos altares da monocultura, à cana-de-açúcar. A produção extensiva esgotou rapidamente os solos." (Eduardo Galeano - O Assassinato da Terra no Nordeste do Brasil).


















abaixo Mapa de Pernambuco em 1640, acima Maurício de Nassau, governador do Brasil Holandês.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Escalas (resumo para os 6ºA e B do 24 de março)

Escala


É a relação entre as dimensões dos elementos representados num mapa e as correspondentes dimensões na natureza. São utilizados dois tipos de escala: a numérica e a gráfica.

















A escala numérica é representada por uma fração ordinária (ex: 1/1.000.000) ou por uma razão matemática (ex: 1:1.000.000), onde o número 1 significa a unidade no mapa (1 cm) e o número 1.000.000 o tamanho real (1.000.000 cm, ou seja, 10 km).

Ex: 1/300 000
Lê-se a escala da seguinte forma: um por trezentos mil, significando que a distância real sofreu uma redução de 300 000 vezes, para que coubesse no papel.


Quanto menor for o segundo número (denominador), maior será a escala; e vice-versa. Assim as escalas inferiores a 100.000 são consideradas grandes, enquanto que as superiores a 500.000, são consideradas pequenas.

Quanto maior a escala mais detalhado é o mapa.

As plantas (ou cartas cadastrais) utilizam escalas entre 1/500 e 1/20.000.
Os mapas topográficos utilizam entre 1/25.000 e 1/250.000 (escalas médias); estes mapas são adotados pelo governo brasileiro, através do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).



A escala gráfica é representada sob a forma de um segmento de reta graduado em km. É dividida em partes iguais indicativas da quilometragem; a primeira parte (chamada de talão ou escala fracionária) é seccionada de tal modo a permitir uma avaliação mais precisa das distâncias ou tamanhos no mapa.



A escala gráfica simplifica o cálculo dessas distâncias. Para converter a escala gráfica em numérica é simples: 1 cm = 10 km no mapa (ou 1.000.000 cm), daí a escala numérica vai ser 1: 1.000.000 ou 1/1.000.000.



Muitos mapas apresentam os dois tipos de escala, o que vem facilitar sua utilização.


Para se transformar cm (centímetros) em km (quilômetro)deveremos deslocar 5 (cinco casas), da direita para a esquerda.


1:300 000 ---> 1 cm no mapa equivale 300 000 cm na realidade ou 3(três) km.
1:20 000 000 ---> 1 cm no mapa equivale 20 000 000 cm na realidade ou 200 km.
1:200 000 ---> 1 cm no mapa equivale 200 000 cm na realidade ou 2 km.
1:154 000 000 ---> 1 cm no mapa equivale a 154 000 000 cm na realidade ou 1540 km.
1:100 ---> 1 cm no mapa equivale a 100 cm na realidade ou 0,001 km, ou seja, 1m.


Fonte:
OLIVEIRA, Cêurio de. Dicionário Cartográfico. 4ed. – Rio de Janeiro: IBGE, 1993.
JOLY, Fernand. A Cartografia. Campinas SP: Papirus, 1990

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Adensamento na Periferia

O processo de adensamento aumentou nas duas ultimas décadas; o desemprego no final dos anos 80, obrigou muitos trabalhadores a venderem metade de seus terrenos ou construissem quartos ou casas para aluguel, seja como complemento de renda, ou única fonte; o elevado preço dos terrenos e casas levou aos filhos de trabalhadores a construírem suas residências em anexos acima, atrás, embaixo ou ao lado das primeiras residências, eliminando os quintais, e junto, qualquer tipo de árvores (aliás muito comuns nos quintais da periferia nos anos 60 e 70, principalmente as árvores frutíferas como figueira, bananeira, jaqueira, ameixeira (néspera), laranjeira e assim por diante; existem ainda os pequenos especuladores que compram terrenos de moradores que não querem, por algum motivo, continuar no bairro e os transformam em cortiços ou fracionam ao máximo os lotes, fazendo absurdos labirintos entre as construções.

O resultado é a precariedade das residências, que onde deveria ser unifamiliar passa a abrigar as vezes, dezenas de pessoas em espaços reduzidos, o aniquilamento dos quintais e das áreas verdes, já que os fundos de vale não loteados e reservados aos mananciais, geralmente são ocupados por favelas e loteamentos irregulares, o que deixa a situação mais complexa.

São várias as causas e as consequencias que serão melhor analizadas, por enquanto ficam apenas essas linhas.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Ciclos economicos brasileiros - O Algodão

Segue um trecho do livro de Eduardo Galeano "As Veias abertas da América Latina", sobre o Algodão:
Braço baratos para o algodão
"(...)No fim do século XVIII, o algodão havia se convertido na matéria prima mais importante dos viveiros industriais da Europa: a Inglaterra multiplicou por cinco, em trinta anos, suas compras desta fibra natural. O fuso que Arkwright inventou, ao mesmo tempo em que Watt patenteava sua máquina de vapor, e a posterior criação do tear mecânico de Cartwright impulsionaram com decisivo vigor a fabricação de tecidos e proporcionaram ao algodão, planta nativa da América, mercados ávidos de ultramar. O porto de São Luiz do Maranhão, que dormira uma longa sesta tropical apenas interrompida por raros navios durante o ano, foi bruscamente despertado pela euforia do algodão: os escravos negros afluiram às plantações do Norte do Brasil, e entre 150 e 200 navios partiam cada ano de São Luiz carregando um milhão de libras de matéria prima textil. Enquanto nascia o século XIX, a crise da economia mineira proporcionava ao algodão mão-de-obra escrava em abundância; esgotados o ouro e os diamantes do Sul, o Brasil parecia ressucitar no Norte. O porto floresceu, produziu poetas em medida suficiente para que o chamassem de Atenas do Brasil, mas a fome chegou, com a prosperidade, à região do Maranhão, onde ninguem cuidava de cultivar alimentos. Em alguns períodos, só houve arroz para comer. Esta história terminou como havia começado: o colapso chegou de súbito. A produção do algodão em grande escala nas plantações do sul dos Estados Unidos, com terras de melhor qualidade e emios mecânicos para desencaroçar e enfardar o produto, abateu os preços à terça parte e o Brasil ficou fora da concorrência".
Aquecimento Global. O ser humano encontra-se num paradoxo, o que fazer? O debate está se tornando banal e muitas vezes o problema é encarado como um simples protocolo. sabemos que a sociedade humana na sua forma atual, ou seja, a capitalista onde o lucro sobrepõe-se a todos os outros valores, por mais que os discursos digam o contrário. Nesse contexto, fica difícil para as sociedades modernas sobreviverem sem o consumo de energia e matéria prima, por outro lado, esse mesmo consumo, ainda que desigual, afeta tanto os países industrializados, quanto os subdesenvolvidos, que acabam recebendo as industrias poluidoras ou permitindo a devastação de suas florestas em nome de uma riqueza que fica nas mãos de poucos graças ao suor de muitos. Isso lembra aquela história do CAVALO DE SAMARRA:
Na antiga Bassara, um soldado, cheio de medo, foi até seu rei e lhe disse: "Salvai-me, soberano, ajudai-me a fugir daqui. estava na praça do mercado e encontrei a morte, vestida de negro, que me olhou de modo malévolo. Cedei-me vosso cavalo, para que eu possa correr até Samarra. Se permanecer aqui temo por minha Vida". "Dai-lhe o melhor corcel", disse o Soberano, "o filho do relâmpago, digno de um rei".
Mais tarde, na cidade o rei encontrou a Morte e lhe disse "_ Meu soldado estava apavorado. Disse-me que te encontrou hoje, no mercado, e que o olhavas de modo malévolo", Não, não, respondeu a Morte, "meu olhar era de surpresa, apenas, pois não sabia o que ele fazia hoje por aqui, visto que só o esperava em Samarra, esta noite. De manhã, estava muito longe de lá".